São considerados indicadores de resultado do desempenho econômico direto, de acordo com o GRI – Global Reporting Initiative (instituição internacional multilateral que visa a desenvolver e a disseminar um modelo de comunicação sobre os impactos econômicos, sociais e ambientais dos negócioswww.globalreporting.org ): participação de mercado, evolução no percentual de vendas, cobertura geográfica, custo de matéria-prima, custo de produtos e serviços, cumprimento de contratos financeiros, política de remuneração, fontes de capital, retorno sobre o capital investido, total de impostos e taxas por área de atuação, subsídios recebidos, doações feitas á comunidade ou à sociedade civil e investimentos em infraestrutura que beneficiem o desenvolvimento local. Com relação aos resultados econômicos indiretos, o relatório inclui as principais externalidades associadas aos produtos e serviços da organização.
As organizações muitas vezes utilizam diferentes indicadores para capturar a qualidade dos resultados econômicos obtidos a partir das estratégias adotadas. As medições de desempenho podem ocorrer em diversas categorias, que Arnold C. Hax e Nicolas Majluf em “Conceito e processo estratégicos: uma abordagem pragmática” representam em seis grupos: resultados financeiros, recursos humanos, tecnologia, suprimento, manufatura e marketing.
Os resultados financeiros geralmente estão submetidos a auditorias externas e representam os resultados econômicos da empresa como um todo. As medidas utilizadas podem ser os indicadores no mercado de capitais, os indicadores de rentabilidade e indicadores de risco, o custo de capital e de crescimento, pelo menos segundo Man (1980), Brealey; Myers (1988), citados por Hax e Majluf (1991). Os indicadores de capital permitam uma comparação entre a empresa e seus competidores, sendo normalmente utilizados o valor patrimonial por lote de ações, lucro por lote de ações, valor de mercado, preço da ação por lucro e preço das ações pelo valor patrimonial.
As medições de rentabilidade mostram a habilidade da empresa de gerar lucros. Os indicadores mais utilizados são: lucro líquido, retorno sobre o patrimônio líquido, retorno sobre os ativos, margem bruta, margem operacional, margem líquida e equivalente patrimonial sobre o lucro líquido. Indicadores de liquidez também vêm sendo utilizados, procurando demonstrar a capacidade da empresa em saldar as suas dívidas.
Medições de risco, custo de capital e crescimento podem ser realizados a partir do coeficiente beta (risco financeiro e operacional), grau de alavancagem, relação do capital de terceiros sobre o patrimônio líquido e passivo circulante sobre o exigível total.
O desempenho na gestão de recursos humanos vem sendo monitorado pelo número de empregados, treinamentos ofertados, absenteísmo e turnover. Segundo os autores, ainda é rara a apresentação de indicadores relacionados à satisfação do empregado no local de trabalho.
Os indicadores de desempenho relacionados à tecnologia também vêm sendo intensamente utilizados por pesquisadores em estratégia. Entre esses, pode-se destacar a velocidade de inovação tecnológica, os investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), o número de novos produtos e a diversificação em tecnologia.
Uma das áreas de estudos que vem crescendo recentemente está relacionada ao suprimento e à logística. As novas configurações organizacionais, co fortes tendências à terceirização, vêm gerando um novo grupo de indicadores de suprimento, como desempenho do custo, desempenho do serviço ofertado, desempenho da qualidade e indicadores de relacionamento.
As medições relacionadas à manufatura, por sua vez, geralmente são cobertas por profissionais de Engenharia de Produção e avaliam o custo da operação de manufatura, a taxa de atendimento no prazo correto, a qualidade dos produtos e a flexibilidade da planta.
Outra área rica em termos de indicadores está relacionada aos aspectos de marketing, com indicadores relacionados ao desempenho do produto, sensibilidade de preços, aceitação da marca, participação no mercado, entre outros indicadores que permitem avaliar os resultados da empresa perante o consumidor. Uma outra proposta de composição de resultados de marketing inclui ainda: receita de vendas, volume da vendas (quantidade), participação relativa no mercado de atuação, lucros, espaços destinados pelos canais de distribuição e o grau de fidelidade dos consumidores.
Em estudo realizado em 100 empresas do setor de software na cidade de São Paulo, Dimaria Silva Meireles, Leonardo Fernando Cruz Basso e Eduardo Sérgio Ulrich Pace em “Um estudo dos relacionamentos externos da empresa: uma aplicação da teoria baseada em recursos ao setor de software brasileiro”, avaliaram as causas da variablidade no que se refere à margem de lucro e ao market share. Utilizando-se da abordagem da visão baseada em recursos (Resource-Based-View, RBV), os autores avaliaram a influência de duas variáveis que influenciam o desempenho: não substituição de fornecedores e não substituição de clientes. Na primeira, foi encontrada forte associação com a margem de lucro. Na segunda, foi encontrada associação positiva com a margem de lucro e com o desempenho.
Foram consideradas como variáveis latentes dependentes (ou endógenas, de resultado): a lucratividade dos ativos, a margem sobre vendas e o desempenho de mercado. O indicador correspondente da lucratividade é o ROA (Return Over Assets- retorno sobre ativos) e o da margem de lucro é o ROS (Return On Sales- retorno sobre as vendas). Foram utilizados como indicadores de desempenho de mercado do KEYPOS (posição competitiva da empresa em relação aos fatores de sucesso da indústria) e o BCG (relação entre o market share da empresa e o de seus principais concorrentes).
Outras informações podem ser obtidas no livro “Administração estratégica - teoria e prática” de autoria de Sergio Bulgacov.
www.administradores.com.br
Por Cláudio Márcio
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