segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Conheça dicas de como evitar o endividamento

O aumento da taxa de inadimplência do consumidor de 5,34% em 2011, divulgado nesta sexta-feira (6), pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), não foi uma surpresa, de acordo com o presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira, Reinaldo Domingos.




"Nos últimos anos observamos uma grande festa do consumo, a oferta de crédito foi muito grande e as pessoas não projetaram seus gastos para o futuro. Isso, somado com à falta de educação financeira, faz com que o reflexo seja sentido agora com o crescimento do número de consumidores que não conseguem arcar com seus compromissos", explica.



Para agravar ainda mais a situação, os juros bancários são exorbitantes e o educador financeiro Reinaldo Domingos diz que a grande maioria dos brasileiros recorre a empréstimos e linhas de créditos. Mas usar essas sem conhecer em detalhes o funcionamento do sistema, é uma das faces do comportamento de risco financeiro mais comum na cultura de endividamento.



Ciclo do endividamento



Segundo Domingos, o ciclo do endividamento se constitui de "causas" como analfabetismo financeiro, consumismo, marketing publicitário e crédito fácil; de "meios" como cheque especial, cartão de crédito, crediário, crédito consignado, empréstimos, adiantamentos e antecipação do IR -; e de "efeitos" como problemas conjugais, problemas de saúde, desmotivação, baixa autoestima, produtividade reduzida, atrasos e faltas no trabalho. "Para quebrar esse ciclo é necessário ajudar a ampliar o repertório da população sobre finanças, de forma consistente e carregada de sentido prático, para que assimilem, o mais cedo possível, a importância do equilíbrio financeiro para o bem-estar individual e social", afirma.



Em geral, Domingos explica que a ciranda financeira segue o seguinte compasso: se a prestação da casa ou do carro não está cabendo no orçamento, a pessoa passa a pagar todas as demais despesas no cartão de crédito, imaginando que assim sobrará recurso para pagar suas principais dívidas. Dentro de poucos meses, no entanto, já não conseguirá quitar a fatura do cartão e passará a pagar a parcela mínima, até que entre algum recurso extra. Mas isso não acontece e a saída é recorrer também ao cheque especial.



Chega o começo do outro mês e a história se repete. O salário recebido é suficiente apenas para cobrir o limite do cheque especial. Junto vem o débito referente aos juros do período mais a parcela mínima do cartão acompanhada de juros. Sem alternativa, deixa-se de pagar a prestação da casa ou do carro. Quando se dá conta, a pessoa está endividada de todos os lados, correndo o risco de ficar inadimplente e sem linhas de crédito. Há quem provoque a própria demissão para usar os recursos dos direitos trabalhistas para solucionar o problema. Quando percebem que o dinheiro não é suficiente buscam empréstimo. E assim vai até chegar ao fundo do poço.



De acordo com o educador financeiro, a solução é fazer um levantamento detalhado de todas as dívidas, separando os itens em "essenciais" e "não essenciais", priorizando o pagamento das essenciais para evitar o corte de serviços indispensáveis. Deve-se também priorizar as dívidas que têm as taxas de juros mais altas. Provavelmente serão as dos empréstimos adquiridos junto ao sistema financeiro. Se assim for, o melhor é procurar o gerente e pedir que junte num mesmo pacote as dívidas de cheque especial, cartão de crédito e demais empréstimos e negociar uma linha de crédito diferente, mais alongada, com juros médios de 2,5%, cuja prestação seja menor do que o valor total dos juros que a pessoa pagava mensalmente. A partir desse acordo com o banco, o devedor estará pagando não mais apenas os juros, e sim o valor principal, fazendo com que a dívida seja efetivamente liquidada ao longo do tempo. Se não houver possibilidade de acordo com a instituição financeira ou se a parcela negociada não couber no orçamento será melhor poupar para quando for procurado pelas empresas de recuperação de crédito contratadas pelos bancos, tenha melhores condições de negociar a quitação em valores menores.



O especialista propõe que o consumidor se faça as seguintes perguntas antes de qualquer compra:



■Eu realmente preciso desse produto?

■O que ele vai trazer de benefício para a minha vida?

■Se eu não comprar isso hoje, o que acontecerá?

■Estou comprando por necessidade real ou movido por outro sentimento, como carência ou baixa autoestima?

■Estou comprando por mim ou influenciado por outra pessoa ou por propaganda sedutora?

De acordo com Domingos, se mesmo diante deste questionamento, a pessoa concluir que realmente precisa comprar o produto, seria prudente fazer mais algumas perguntas como:



■De quanto eu disponho efetivamente para gastar?

■Tenho o dinheiro para comprar à vista?

■Precisarei comprar a prazo e pagar juros?

■Tenho o valor referente a uma parcela, mas o terei daqui a três, seis ou doze meses?

■Preciso do modelo mais sofisticado, ou um básico, mais em conta, atenderia perfeitamente à minha necessidade?

http://www.administradores.com.br/informe-se/economia-e-financas/conheca-dicas-de-como-evitar-o-endividamento/51209/

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