quinta-feira, 22 de novembro de 2012

AS REDES SOCIAIS NA ADVOCACIA


As redes sociais na Internet estão mudando radicalmente as formas de relacionamento no meio jurídico, tanto na comunicação com o cliente quanto na viabilidade de auto realização profissional.

Na web, os escritórios deparam-se com clientes cada vez mais exigentes por respostas rápidas e instantâneas e os advogados com uma ótima ferramenta de manifestação do conhecimento e fonte de informações. Os profissionais, portanto, que optarem por não ingressar no mundo eletrônico, estarão correndo alto risco.
Recente pesquisa, publicada na revista Info Exame, concluiu que das cem maiores empresas conectadas do Brasil, 72 acompanham o que as pessoas dizem sobre suas marcas em sites e redes sociais.
Os sites de relacionamento como Twitter, Orkut, Facebook e outros, passaram a ser ferramenta de marketing e de pesquisa fundamentais para o planejamento estratégico dos escritórios e consequente geração de lucro.
A necessidade de se manter conectado, atualizado, trocando informação é tão notável, que as empresas com essa visão criam cargos específicos para exercer essa função. Um exemplo disso é o caso da Dell, segundo matéria publicada no site da Exame em 29 de junho deste ano, por Juliana Borges: “Nos últimos dois anos, a Dell destacou dez funcionários de áreas como educação, marketing e tecnologia para esclarecer dúvidas e conversar com consumidores via Twitter, Facebook e seu blog, o ideastorm.com. Eles dedicam aproximadamente 30 minutos do dia à tarefa, que já é encarada como algo tão corriqueiro quanto trocar e-mails ou falar ao telefone”.
No setor de serviços, com exceção dos bancos que se destacam nas diferentes formas tecnológicas de comunicação, essas ferramentas de contato instantâneo com o cliente ainda estão na fase embrionária e, até pouco tempo atrás, vistas com certo preconceito por muitas sociedades de advogados.
Atualmente o número de horas que os cidadãos permanecem conectados aumenta exponencialmente, a ponto de poder ser chamado de um fenômeno social que afeta diretamente o mercado e os negócios.
Os escritórios e os clientes, assim, nunca estiveram tão próximos e as informações circulam com tal rapidez que exigem dos advogados cada vez mais ampla e constante atualização sobre a sua área de conhecimento.
Na advocacia, onde as regras de comunicação são reguladas por um rígido controle do Código de Ética e Disciplina, as redes sociais são uma ótima alternativa de ligação dos escritórios com seu público. No entanto, a maneira como as redes sociais são utilizadas pelos profissionais é que vai determinar o sucesso com o alcance dos objetivos ou o fracasso, deixando a confiança, no mínimo, arranhada.
A reputação do advogado é conquistada com muito suor, num processo lento e gradual, sendo que o maior vendedor dos serviços de advocacia é o próprio cliente e o grande desafio é tornar todos eles satisfeitos e, assim, divulgadores do escritório.
Por outro lado, as ferramentas virtuais podem ser utilizadas como propaganda e não como relacionamento e é nesse contexto que os efeitos se deslocam dos objetivos, podendo gerar uma resposta negativa dos internautas e graves consequências.
Convém destacar que a punição disciplinar da OAB, quanto ao mau uso da publicidade, é considerada algo gravíssimo tanto pelos colegas advogados, quanto pelos clientes e marca a credibilidade quase que definitivamente.
As práticas puníveis mais comuns, que se observam diariamente nos meios de comunicação tradicionais, são a veiculação de propaganda na televisão e rádio, remessa de correspondências coletivas, divulgação de ações cabíveis e muitas outras que, analogicamente, se assemelham às realizadas na rede.
O ideal, portanto, é acompanhar os ensinamentos do consultor Silvio Tanabe, que recomenda a utilização das redes com uma estratégia bem definida, objetivos claros, participando de forma diferenciada, entendendo a dinâmica de cada ferramenta e o público alvo.
Ao criar e abastecer as redes, os escritórios devem definir exatamente a sua área de atuação, seja ela um setor ou em tema específico, pois dessa maneira o internauta conseguirá conectá-los com mais agilidade. A mesma estratégia deve ser utilizada para o layout dos sites, onde se deve tentar inovar no design e explorar ao máximo os acessórios internos de cada rede social.
A definição do público alvo deve ser prévia e integrar o planejamento da concepção da imagem e do serviço que se quer expressar, já que todas as ações nascem e são dirigidas para essa idéia, ou seja, posicionar-se estrategicamente com foco no cliente alvo do escritório. 
 Na rede, toda produção intelectual da banca pode ser criticada, elogiada e repassada automaticamente, contribuindo para a disseminação do conhecimento e o esclarecimento de todos os interessados no assunto.
Os clientes, dessa forma, são os maiores beneficiados, eis que podem identificar quais profissionais são os mais adequados para a sua demanda específica e escolher conforme a empatia dentre os especialistas no assunto.
Os escritórios, por outro lado, possuem uma ferramenta inovadora que permite conhecer melhor seu cliente ou potencial cliente e então se qualificar e se adaptar para satisfazê-lo.
A melhor maneira de vender serviços jurídicos é justamente expressá-los, observando os princípios éticos e destacando o verdadeiro diferencial, que é o conhecimento e o domínio sobre a matéria.
Por essas razões, enfim, que investimentos destinados às mídias digitais, aliados à estimulação da equipe a produzir informações científicas e divulgá-las, respeitando os preceitos do Código de Ética são fatores que colaboram para o desenvolvimento pessoal do advogado, do escritório e para a disseminação do conhecimento para os cidadãos.

Alessandro Casser
Advogado e Gestor
Casser e Lauser Advogados

http://www.estrategianaadvocacia.com.br/artigos2.asp?id=475

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