Apesar do crescimento a partir de 2004, a bolsa nacional ainda apresenta um número reduzido de empresas com liquidez razoável. A boa notícia é que há muitas companhias de capital fechado e com qualidade que podem acessar o mercado no médio prazo.
O principal índice acionário brasileiro, o Ibovespa, ainda é muito concentrado em ações de commodities e setor bancário. Apenas cinco companhias – Petrobras, Vale, Itaú Unibanco, Bradesco e Itaúsa – representam 38% do índice. Dessa forma, a economia brasileira não é bem representada pelo Ibovespa. Já discuti esses pontos em dois posts anteriores: “Os entraves ao desenvolvimento da bolsa”, de 27/08/12, e “É o fim do bom, bonito e barato?”, de 06/08/12.
Faltam mais opções de empresas na bolsa cujas atividades sejam voltadas ao mercado doméstico e que tenham ações com liquidez. Mas, analisando o anuário Valor 1000, que engloba as mil empresas de maior faturamento do país, percebe-se que há muitas empresas fechadas de qualidade com potencial para fazerem parte da bolsa de valores no médio prazo.
Falando de quantidade: desse universo de mil empresas, apenas 202 companhias apresentam ações negociadas em bolsa. Esse grupo apresentou melhor desempenho em 2011 do que o das mil empresas do ranking. A receita líquida das companhias listadas, por exemplo, apresentou variação de 16,7% entre 2011 e 2010, ao passo que o faturamento das mil maiores avançou 15,5%. Com exceção do lucro da atividade, nos demais itens – EBITDA (geração simplificada de fluxo de caixa), lucro líquido, ativo total e patrimônio líquido –, as abertas tiveram melhor performance.
Falando de qualidade: a publicação do Valor também elenca as campeãs em 26 setores econômicos levando em conta sete indicadores: crescimento sustentável (variação da receita líquida sobre variação do patrimônio líquido – em pontos), receita líquida, geração de valor (EBITDA sobre receita líquida), rentabilidade, margem da atividade, liquidez corrente e giro do ativo. Das melhores empresas em cada segmento, apenas 12 são de capital aberto.
Há um número razoável de empresas fechadas de qualidade para garantir o futuro da bolsa brasileira.
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