O aprendizado é muitas vezes caro e inevitavelmente causa dor. Dor é uma sensação que jamais esquecemos, pois mesmo quando já não é sentida, é lembrada ao ponto de causar medo, impedindo muitas vezes novos empreendimentos, novas experiências, empresas se fecham para o novo e muitas sucumbem.
Os anos 90 no Brasil foram determinantes para o movimento da qualidade, na época fiz parte do PGQP, Programa Gaúcho de Qualidade e Produtividade que, liderado por Jorge Gerdau Johannpeter, se transformou no embrião do movimento que se alastrou pelo Brasil.
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/clientes-gente-relacoes/65795/
Foram os anos em que a indústria brasileira começou a se modernizar, Collor havia aberto as portas à importação e modernizar-se era a forma de sobreviver. Sistemas de gestão foram os primeiros a se ajustarem aos novos tempos.
Nessa época surgiram com força os esforços para a construção do planejamento estratégico das empresas, ali se começava a falar em missão, em valores e políticas empresariais, muitas dessas políticas acabaram em quadros pendurados nas salas de reuniões, nas recepções, nas áreas fabris e comuns. Diversas eram apenas discursos vazios, eram promessas jamais cumpridas, jamais sentidas, era o sonho do que deveria ser e não exatamente o que era.
Constantemente, se via dentre os valores das empresas algo como – "Cliente, o nosso maior patrimônio", sempre que via um desses me perguntava, quem satisfaz o cliente? Quem é que atende, entrega dentro das especificações? Escuta os anseios, os pedidos, os desejos e necessidades? Quem escuta reclamações e as resolve? A resposta simples é o trabalhador, o que na época passou a ser chamado de colaborador, como se houvesse algo errado no termo empregado, bom, isso é motivo pra outro texto, mas a verdade é que havia e ainda há uma grande distorção, o maior patrimônio de uma organização é sua gente, é quem efetivamente faz as coisas acontecerem e geram felicidade nos clientes e no ambiente da organização, esse olhar determina que o maior patrimônio são os empregados, as pessoas que devem ter as melhores condições, pois só assim conseguirão entregar qualidade.
Empresas com deficiências em suas equipes, sejam técnicas ou de dotação, sofrem e geram infelicidade. Estou falando com a experiência de quem já viveu o fracasso pela mais absoluta incapacidade de conseguir formar uma equipe capaz de gerar felicidade. Aprendi.
O aprendizado é muitas vezes caro e inevitavelmente causa dor. Dor é uma sensação que jamais esquecemos, pois mesmo quando já não é sentida, é lembrada ao ponto de causar medo, impedindo muitas vezes novos empreendimentos, novas experiências, empresas se fecham para o novo e muitas sucumbem, pela absoluta incapacidade de arriscar. O tempo passa, as oportunidades embarcam e não voltam mais.
É ai que as linhas se cruzam, começo a entender que empresas, famílias e relações afetivas devem ser constituídas por pessoas capazes de gerar felicidade, resultado só obtido se houver um caminho a seguir, se houverem valores e crenças semelhantes, se houver capacidade de adaptação, se os sonhos forem compartilhados e se sobretudo houver paz e tranqüilidade, o que gera segurança.
Promessas de amor e compreensão são como os valores empresariais que terminam em quadros e se integram à decoração deixando de ser percebidos. Amor não deve ser prometido, deve estar no nosso comportamento no trato com quem dizemos amar.
Amor tem que ser sentido e cultuado, sua cristalização se dá com a criação de um ambiente propicio onde os personagens possuem inteligência e maturidade suficiente pra remover obstáculos simples, que na maioria das vezes são crenças obsoletas de como as coisas deveriam ser e não como podem ser.
Por Glenn Gomes de Carvalho
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