sexta-feira, 20 de julho de 2012

Organizações Criativas !


Para Domenico de Masi, Criatividade é a síntese não só de fantasia e de concretude, mas acima de tudo de "emoções administradas" e "técnicas introjetadas". O que quer dizer: " emoções administradas e "técnicas introjetadas". ParaDomenico De Masi, é o estímulo que se eleva e processo que desce, isso ocorre no bom piloto automobilístico, quando consegue vencer a corrida, porque sabe guiar com tanta desenvoltura, que aciona os freios, troca as marchas, aperta a embreagem e o acelerador com tamanha maestria, tudo com movimentos automáticos, enquanto o seu cérebro concentra a atenção na escolha do percurso ótimo, na tática para ultrapassar o adversário, e na trajetória para cortar uma curva. Assim, o criativo terá a mente desimpedida para o cimento da invenção, somente quando tiver as técnicas de que a sua arte precisa completamente introjetadas.
Não existe criatividade sem uma fantasia desenfreada que nos faça sonhar de olhos abertos, sem um impulso emotivo que nos encoraje a ousar, superar os obstáculos que separam os nossos sonhos da sua realização. O conteúdo criativo do músico ou do compositor, flui livremente, e ele toca o seu instrumento de olhos fechados, pois conhece muito bem as técnicas da execução.
O que existe de comum entre Albert Einstein e Oscar Niemeyer:
Einstein escreveu: " Quando observo a mim mesmo e os meus métodos de pensamento, chego a conclusão que o dom da imaginação foi mais importante para mim do que a minha capacidade de assimilar conhecimento". Niemeyer declarou: Na arquitetura , a intuição desempenha um papel tão importante quanto o conhecimento. A imaginação e a espontaneidade são para mim as fontes da arquitetura".
Como cultivar a criatividade dos indivíduos e dos grupos, diante das transformações tecnológicas, computadores nas empresas fazendo o trabalho de rotina e burocrático, enquanto o trabalho criativo dos gestores, se revela na produção de produtos e serviços inovadores.
O computador que entra na empresa pode cuidar das tarefas repetitivas, enquanto as ações criativas são executadas pelos colaboradores, livres para sonhar e realizar seus sonhos, em prol da melhoria de qualidade de vida na sociedade pós-industrial. Em oposição ao Taylorismo da sociedade industrial, não é somente os gerentes que pensam e são capazes, operários também são pessoas criativas, que pensam e geram soluções inéditas para resolver problemas ocasionais e complexos da organização. Os trabalhadores mais cultos e especializados atuam mais livremente no plano das estratégias, criando soluções inovadoras para um mercado altamente competitivo e globalizado deste mundo moderno. As máquinas e sistemas engessados, a padronização o excesso da divisão de trabalho de 100 anos, valorizados nos tempos do Fordismo e do Taylorismo, hoje, ainda funcionam em muitas organizações como instrumentos de controle e de limitações. Seria difícil imaginar uma organização criativa nos tempos do Taylorismo e do Fordismo, das turmas operárias e escritórios nas velhas empresas manufatureiras.
Pense na Mcdonaldização, um modelo global de padronização de produção de sanduíches, de pessoas mecanicamente treinadas para oferecer, velocidade, higiene, limpeza, qualidade, mas sem nenhuma surpresa para os consumidores. Seus funcionários, são jovens, que recebem baixos salários, sem a espontaneidade para o encantamento.
Quais são os efeitos da Mcdonaldização? empregos de segunda categoria; atendimento excessivo e frio com sorriso forçado; lanches rápidos, sem nenhuma surpresa, tudo é igual em qualquer lugar do mundo, contratam jovens estudantes de meio período, e que não devem permanecer por muito tempo neste modelo de trabalho. Quando tudo na sociedade pós-industrial concorre para valorizar a atividade criativa, por conta da miopia de seus dirigentes, as organizações atuais não são criativas, pois a maioria das ideias e propostas iluminadas de seus colaboradores, acabam ficando no papel, nas gavetas dos escritórios, sem chances de mercado.
O exercício da criatividade navega através da capacidade de observação e de síntese, excepcional, da energia psíquica e particular inclinação para produzir e escrever coisas inusitadas. O ser humano é criativo por natureza, na medida que ele está desprovido das preocupações e pressões do trabalho cotidiano. Indivíduos não investem em novas ideias devido às frustrações , pela falta de apoio de seus chefes, e assim desistem e se acomodam nas tarefas de rotinas ou então se cansam e mudam de organização, em busca da liberdade e autonomia, dando asas à imaginação e se lançam no campo do empreendedorismo.
Como nasce um grupo criativo? Naturalmente, o grupo criativo nasce em torno de uma ideia, uma necessidade ardente, um objetivo comum e capaz de fazer uma transformação, mudar o mundo, diante de uma forte convicção de tornar possível o impossível. Qual é o contraste evidente na maior parte das organizações e o trabalho criativo? É que nenhuma empresa da atualidade consegue proporcionar um ambiente voltado para a criatividade, se a sua gestão ainda trabalha com as técnicas da burocracia, impondo regras a uma força de trabalho já escolarizada, culta e autônoma.
Grupos criativos necessitam de uma nova liderança, seja participativa ou carismática, renovada e reinventada para criar estímulos e condições de prazer e afetivo dentro e fora dos locais de trabalho. Para Dahrendorf " tudo aquilo que é criatividade, inovação e evolução na vida do individuo, do seu grupo e da sociedade é de se considerar em grande parte uma consequência dos conflitos entre grupo e grupo, entre individuo e individuo e entre emoções diferentes no interior do próprio indivíduo".
A liderança carismática exerce um papel importante nos grupos criativos, tirando o melhor de cada pessoa, provocando a paixão e motivação em prol dos objetivos da companhia. O clima de uma organização é a sua temperatura cultural, onde vive o entusiasmo nos grupos, de liderança, de missão e de visão do futuro formando a alma da empresa criativa. O líder carismático é um ser capaz de inspirar, organizar, desorganizar, reorganizar, mudar tanto que surpreenda, mas tanto que desoriente. É o líder que compartilha, administra a alegria do sucesso e a tristeza do fracasso. Esse é o verdadeiro papel da liderança em grupos e organizações criativas.

www.administradores.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário